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sexta-feira, 29 de julho de 2011




Ipê
Quando o pé de Ipê chegou, trazido pela Catarina há mais de dez anos atrás, ele não passava de uma pequena muda de galhos raquíticos e poucas folhas, plantada numa velha lata de tinta enferrujada de 18 litros. Esta era uma condição temporária, seu lugar ao sol já estava reservado na calçada, para embelezar a nova fachada da casa.
Mas, até que o dia do transplante de terreno chegasse, o pequeno ser estava à mercê de um território hostil, uma zona de perigos fatais – A casa estava passando por uma grande reforma. Não demorou muito e ele foi atingido por um golpe que quase o partiu ao meio. Passaram-se anos e o processo de recuperação se mostrava tão difícil e demorado, com a tipóia improvisada a sustentar seu frágil caule, que pensávamos que ele não resistiria. Somente muito tempo depois da reforma concluída ele foi plantado na calçada. Com terra adubada, regada duas vezes ao dia e cercada por todos os cuidados e carinhos, ele foi se encorpando, adquirindo viço e vingou. Sua primeira florada começou na semana em que o Noé embarcou para os Estados Unidos. Inevitável a comparação com a luta pela vida que o Noé vem travando. É por este e outros tantos sinais que acreditamos na superação dos desafios. Temos fé e acreditamos na vida, sempre.











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